Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Mark William Lewis
Há algo de perverso em criar paisagens sonoras que lembram imensas coisas, seja do passado, ou do presente da pop, do indie ou do ambient, e que mesmo assim soe a novo, mas de um novo enquanto experiência relevante. Essa tem sido a existência de Mark William Lewis, existência tornada pública há poucos anos, que foi construindo nome pelas ruas de Londres e, pelo mundo fora, acumulou milhões de streams da sua música. Há algo de relacionável na atmosfera que cria, talvez pelas suas canções, curtas, simples, exemplarmente directas, nos digam algo em particular sobre as emoções.
Para canções que se fecham sobre um manto tão nublado, é fascinante como Mark William Lewis consegue criar um diálogo tão aberto com o ouvinte. Os seus demónios são os nossos, a sua cavalgada para uma suposta redenção é relacionável com o que se sente ao ouvir a sua música. Ajuda ter a desenvoltura do soft jazz, a sofisticação de uns Steely Dan DIY ou o romance perdido de um Lewis Baloue. Meta-se isto em linha com as divagações pop de Dean Blunt, Mica Levi, Coby Sey e há algo de assertivo em Mark William Lewis em existir neste momento.
Voltando ao lado perverso da coisa, se é algo que já conhecemos, porque é que nos apaixonamos tão facilmente pelas suas canções? Porque é que, jogando sem segredos, conseguem existir em suspensão, como se nos fizessem crer que uma viagem hiperpessoal - achamos nós, ou percebemos nós ao ouvir o que nos canta - pudesse ser algo universal? Numa altura em que já não há segredos bem guardados, Mark William Lewis, apesar dos seus milhões de streams, ainda se ouve como um segredo bem guardado. Não deveria ser, as suas canções mereciam estar aí nas ruas, a assombrar e a consolar os nossos problemas. Porque servem para as duas situações. São canções que nos fazem crer que, um dia, o mundo ainda vai ser pequeno para elas, mesmo que permaneçam, ou façam transparecer, essa coisa de segredo bem guardado. Aconteça o que acontecer, ainda bem que Mark William Lewis cabe no nosso aquário. Parecendo que não, assim há mais espaço para a sua música entrar nos nossos corações. AS
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Ashley Plomer
Ashley Plomer é um cantor, compositor, produtor e intérprete do Reino Unido. Ele compõe com guitarras, piano, instrumentos de sopro e percussão.
Depois de emergir da cena experimental DIY de Sheffield, mudou-se para o sudeste de Londres, onde tem feito música pop existencial e idiossincrática desde 2023. Ele escreve sobre o tecido quotidiano da sua vida; as suas experiências a trabalhar em escolas, fábricas e supermercados; a tinta antimofo nas suas paredes; as bicicletas Lime vandalizadas, os pica-paus perdidos e os estaleiros que rodeiam a sua casa. As suas canções inspiram-se no emo, no metal progressivo, na paisagem sonora e nas longas óperas televisivas de Robert Ashley.
Lançou digitalmente os seus singles de estreia, «Tankfull» e «Shame 2», em 2024.
Abertura de Portas
20:00
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